A forma como projetamos e desenhamos a nossa casa diz muito sobre as emoções que estão presentes no nosso coração, sobre o nosso jeito de viver a vida e sobre nosso estado de espírito.
Com a correria do dia a dia muitas vezes já me vi tentada a ver a minha casa somente como um lugar de repouso após um dia cheio, o que já seria maravilhoso, afinal, nada como chegar, tomar um banho gostoso e dormir para descansar.
Mas nos últimos tempos, tenho me dedicado a transformar minha casa no palco da minha vida, no lugar onde vou calibrar a minha alma e da minha família, renovar meu estoque espiritual, adquirir imunidade contra a loucura que muitas vezes encontramos no mundo lá fora.
Quero uma casa onde possa perceber e valorizar o ordinário, o simples. Minha filha balbuciando a música que ouve no seu cantinho preferido da varanda, os raios de luz que entram através da cortina nova que coloquei, a brisa suave que entra e me faz correr para a janela. O cheiro de bolo de fubá que tá na mesa pro lanche da tarde, o combo pipoca e mantinha quando estão todos no sofá. O nascer do sol, bem cedinho, quando tiro um momento para meditar. As flores da semana que comprei na feira, soltando seu perfume por todo lugar.
Quero uma casa de memórias, de significados. Quero uma parede com fotos para relembrar. O primeiro passo, a formatura do primeiro ano, o banho de chuva, o barrigão de 9 meses. Ah, o casamento, aquele véu era lindo. Olha, a gente namorando! Aquele Natal com as bisas. A despedida para o intercâmbio…
Quero uma casa de alma, de calma, um lugar para desacelerar, sonhar e acompanhar esse ciclo da vida que não para e que faz a vida girar.